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O medo de ser esquecido antes mesmo de ser visto
Existe um medo silencioso que mora em muitos de nós. Ele não grita, não se impõe. Mas está ali, como uma sombra que caminha junto: o medo de ser esquecido antes mesmo de ser visto.
É o receio de passar pela vida sem deixar marca. De falar e ninguém ouvir. De escrever e ninguém ler. De tentar e ninguém notar.
É acordar com ideias fervendo na cabeça, mas engolir todas antes de torná-las som, por achar que ninguém se importaria.
É sonhar com coragem, mas se encolher de vergonha no minuto seguinte.
Vivemos em tempos de visibilidade exagerada — todo mundo parece ser visto o tempo todo. Likes, visualizações, aplausos em forma de emoji.
Mas, por trás das telas, tem gente que nunca foi olhada de verdade. Gente que se pergunta: "e se eu desaparecer e ninguém notar?"
Às vezes, o medo não vem do fracasso. Vem do silêncio. Da indiferença. Do vazio que é tentar existir num mundo tão cheio de vozes mais altas, mais bonitas, mais seguras.
E isso machuca. Porque ser esquecido é duro. Mas ser esquecido sem nunca ter sido percebido — isso parte algo dentro da gente.
A verdade é que todo mundo quer ser visto. E não só com os olhos, mas com o coração. Queremos que alguém repare. Que alguém diga: "ei, eu vi você aí."
Às vezes, tudo o que a gente precisa é que alguém enxergue o que a gente mal consegue mostrar.
Então, mesmo com medo, mesmo com a voz tremendo e a insegurança dizendo pra desistir, continue.
Fale. Escreva. Mostre. Poste.
Existir com coragem é um ato de resistência contra o esquecimento.
E se ninguém viu ainda, não quer dizer que você não brilhe. Só quer dizer que o mundo ainda não estava olhando na direção certa.
Alice em palavras